RECORDATÓRIO SENSORIAL
- marcelocboth
- 7 de dez. de 2014
- 2 min de leitura
Várias vezes, quando vou almoçar em algum Buffet e me deparo com aquele feijão aguado, às vezes com o grão duro, me lembro de como podia ser melhor, ai vem a recordação do feijão que a minha vó fazia.
Por alguns bons anos, minha mãe, meu pai, meu irmão e eu nos reuníamos na casa de minha vó para almoçarmos aos sábados. Era sagrado, assim como as comidas que ficavam à mesa. Aquele feijão que só a minha vó sabe fazer, acompanhado de um carreteiro de charque que tinha quase todo sábado era o que mais marcava o almoço. Tudo cozido em panela de ferro em fogão à lenha dava um toque mais rústico ao almoço. Às vezes ainda tinha macarrão e um guisadinho bem temperado, com bastante alho e tomate. Era um verdadeiro banquete. E após me servir duas, três vezes, minha vó achava que eu tinha comido pouco e que estava muito magro e dizia pra eu comer mais, e eu já de “barriga cheia” ainda comia a sobremesa, que geralmente era arroz doce ou alguma fruta em conserva que ela mesma fazia. Às vezes ainda se fazia um café ou chá para “baixar a boia”. Após a refeição e a moleza que batia, nos espalhávamos pela casa, nas camas, sofá e tirávamos um cochilo. E no sábado seguinte o ritual se repetia.
Paramos de nos reunir todos os sábados depois de um tempo, não me recordo o porquê, no entanto agora procurando essa memória para a realização do recordatório, bate uma saudade daquele tempo, da família toda reunida em volta da mesa, que me faz refletir o quanto era boa aquela época.
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